“E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” (Gn 2:9).

O jardim do Éden com toda espécie de árvore frutífera para se comer foi colocado à disposição de Adão e Eva, contendo uma única proibição: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:17). Desde o momento que Deus criou o homem mostrou-se preocupado em proporcionar as melhores condições de vida para ele, entregando-lhes o domínio de toda a criação (Gênesis 1:28), de todos os animais e de todas as aves dos céus, ato representado pelo poder entregue de dar-lhes nome a cada espécie (Gênesis 2:19-20).

Em seguida, novamente a procura do bem-estar do homem criou-lhe a mulher, como sua ajudadora idônea ou competente, dando-a para ser sua esposa (Gênesis 2:21-23). A desobediência de Adão e de Eva em comer do fruto da árvore proibida depois que foram enganados pela Serpente (Satanás) rompeu o relacionamento do homem com Deus, pois o homem tornou-se conhecedor do bem e do mal. E, então, Deus antes de expulsá-los do jardim, vestiu adequadamente com peles de animais, pois estavam nus espiritualmente (Gênesis 3:10) e movido por seu eterno amor e misericórdia os lançou para fora do Éden, porquanto se ali permanecesse comeriam também da árvore da vida e se tornariam eternamente maus, como são os demônios.

Que diremos? A reprovação na provação divina tirou Adão e Eva dos céus e da vida eterna? De maneira nenhuma. A provação consiste num teste de nossa fé para saber se temos condições de exercer ou receber algo que Deus quer nos conceder, estando nela embutidos a correção e a disciplina que precisamos ter como filhos de Deus (Hebreus 2:7, I Pd 1:6-7). Ser reprovado nela não importa perder a salvação. Acredito fielmente que Adão e Eva foram salvos apesar do pecado da desobediência tê-los expulsado do Jardim Éden, especialmente porque Deus voltou a vesti-los novamente com roupas adequadas (vestes de santidade), o que fez derramando sangue de animais “e sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hebreus 9:22). Se ambos não caíssem em pecado e fossem aprovados na provação divina teriam comido da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus e herdados a vida eterna sem passarem pelo sofrimento que passaram nesta terra antes de morrerem.

Foi justamente para não lhes dar uma condenação de eterna separação que Deus os lançou fora do Éden, colocando querubins à entrada do jardim com uma espada inflamada para guardar o caminho da árvore da vida (Gn 3:22-24), providência divina que já apontava para o nascimento e morte de Cristo como redentor de todo pecador, que lavado e remido pelo sangue do calvário poderá comer – com a alma regenerada e purificada - da árvore da vida no jardim do Éden e viver eternamente na presença de Deus (Apocalipse 2:7).

Os santos da Igreja que alcançarem a vida eterna comerão da árvore da vida que Adão e sua mulher não puderam comer porque foram reprovados no teste da obediência. Deus fechou o portão do Éden porque sua vontade “quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” (I Tm 2:4). Quando Deus “o lançou fora do jardim do Éden” (Gênesis 3:23) rompeu-se o relacionamento dele com o homem, porém isso deu a Adão e à sua descendência a chance de arrepender-se e reconciliar-se com Deus por meio do sangue de Jesus Cristo (II Co 5:18).

Tudo o que Deus faz é perfeito. Ele nunca criaria coisa alguma que não fosse santa, porquanto todas suas obras são puras moralmente. Sendo o homem a melhor obra da sua criação – classificada como “muito bom” quando ele a fez (Gênesis 1:31) – com certeza também fora criado em perfeição moral, do contrário Deus não teria se relacionado com ele na convivência do jardim do Éden. O pecado foi que afastou o homem da presença de Deus e continua separando Criador e criaturas até nossos dias – “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” (Isaías 59:2).

Bendito Deus e Pai, conceda sempre sua misericórdia e perdão para que possamos ser dignos da promessa de vida eterna que o evangelho de Cristo trouxe aos que se arrependem de seus pecados.