
O melhor de todos os dias é o dia de “hoje”.
“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se
ouvirdes hoje a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na
provocação, no dia da tentação no deserto.” (Hebreus 3:7-8).
Jamais devemos perder a chance
quando formos chamados à salvação pela palavra de Deus. O publicano Zaqueu não
perdeu sua primeira e última chance de se encontrar com Jesus, pois o Senhor
caminhava para ser morto e crucificado em Jerusalém quando passou por Jericó e
entrou na casa de Zaqueu. Ao vê-lo subido numa árvore disse-lhe o Senhor: “Porque hoje
me convém pousar em tua casa.” (Lucas 19:1-10). Havia chegado o “hoje” na vida de Zaqueu, ele não
endureceu o coração, arrependeu-se na mesma hora, reconciliou-se com Deus e
recebeu a salvação pessoal, confirmada pelo próprio Senhor – “Hoje veio a salvação a esta casa” (Lc
19:9).
Percebe-se que o Senhor entrou na casa de Zaqueu, contudo não
pregou nem o chamou à conversão, porém Zaqueu sentiu no coração que sua
salvação não podia passar daquele momento. A oferta da metade de seus bens aos
pobres e o desejo de restituir duplicado a quem defraudou foram evidências do
arrependimento e da conversão sincera e também símbolo da ruptura com os erros
do passado.
Não
é errado fazer planos e projetos futuros, contudo isso se limita às coisas
deste mundo, porquanto em conformidade com as coisas espirituais ninguém possui
certeza ou garantia que estará vivo amanhã, pois o controle do tempo futuro e
também de nossas almas estão na palma da mão de Deus e ele pode recolhê-las na
hora que bem entender – “Na sua
mão está a alma de tudo quanto vive, e o espírito de toda a carne humana.” (Jó 12:10). Quanto ao ímpio ou inconvertido nem se
fala, pois a tragédia e o espírito de morte não lhe perde de vista, o que torna
o futuro para ele um tempo não só de incerteza espiritual como tenebroso.
Temos
que viver cada dia de vida com alegria e gratidão, celebrá-lo porque nos foi
dado por Deus: “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele.” (Salmos 118:24:19). Todo dia é tempo de
mudança, de libertação de todo mal, de todo pecado e de perseverar na fé do
Senhor. Aos que andam conforme a vontade de Deus não há
rotina, cada dia é um dia que ele usa para acrescentar-nos coisas novas e
benefícios, pois isso é uma promessa divina: “Bendito seja o Senhor, que de dia em dia
nos carrega de benefícios; o Deus que é a nossa salvação.” (Salmos 68:19, 116:12). A palavra ensina que o Senhor não
dormita nem dorme, nem desampara e “eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”
(Mateus 28:20).
O normal para a maioria das pessoas
é acreditar que sempre se terá tempo de buscar e achar o Senhor Deus quando bem
entender, como se faz na compra de um produto no comércio. Os que assim pensam
e agem cometem grave negligência espiritual que lhes pode custar a vida eterna.
O salmista que escreveu o Salmo 88 começa dizendo que clamava ao Senhor de dia
e noite, apertado pelos males e à beira da morte. Solitário, sente-se
desprezado pelos conhecidos, amigos, companheiros e nitidamente atribulado na
consciência porque ainda não tinha sido perdoado do pecado que o separava de
Deus.
A lamentação do salmista encerra-se
com o mesmo silêncio e incerteza com o qual se iniciou o salmo. Uma vida
reconciliada com Deus tem mudanças e novidade de vida, com paz e alegria,
deixando para trás a angústia e o sofrimento. Ora, esse fato adverte a todos
nós que é urgente e inadiável nossa reconciliação com Deus por meio da justiça
que se operou pela morte de Jesus Cristo. O Espírito Santo alerta que jamais
devemos endurecer o coração quando ouvirmos a voz do Senhor Jesus Cristo
chamando ao arrependimento (Hebreus 3:7 e Salmos 95:7-11) para que não pereçamos
como pereceram os murmuradores no deserto.
Exorto a todo inconvertido que venha
experimentar a alegria de viver o “hoje” em companhia de Jesus Cristo, livre de
temor, cheio de paz e de uma esperança viva, e aos irmãos de fé que não deem
brechas para se afastarem da presença gloriosa do Senhor, mas continuem
desfrutando das bênçãos colocadas em suas mesas pelo Pai aos filhos do seu amor
– “Ouvi, vós os que estais longe,
o que tenho feito; e vós que estais vizinhos, conhecei o meu poder.” (Is
33:13), posto que a mensagem das boas novas se destina aos que estão perto e
também aos que estão longe.