
Atacam a Bíblia na ignorância: Ela foi inspirada pelo Espírito Santo
“Toda a
Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para
redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem
de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.“
(II Tm 3:16).
Normalmente quando um incrédulo ou rebelde quer
justificar a não crença na Bíblia como não sendo a verdadeira palavra de Deus dizem:
“Eu não confio na Bíblia porque ela foi
escrita por homens, e por isso está cheia de erros e manipulações.” ou “As cartas do Novo Testamento não foram escritas
por Paulo, quem escrevia era outra pessoa, o apóstolo só assinava o que outras
pessoas escreviam” e mais outras inverdades. Tais pessoas desconhecem como
se deu a inspiração divina e também como foi compilado o cânone bíblico do
velho e do novo testamento.
Na verdade, criticam e falam do que não sabem.
Julgam com a realidade do mundo atual fatos que ocorreram a dois e três mil anos
atrás na formação das Escrituras, o que evidentemente, excluídos os juízos de
má fé, terá desacertos até involuntários. Só o conhecimento sobre a formação e
registro dos textos bíblicos derruba os principais argumentos dos opositores da
palavra de Deus, sem falar no teor da verdade que só há nas palavras da Bíblia
e em nenhum outro livro ou lugar.
Para se ter ideia os textos do novo testamento
possuem entre três a mil quatro cópias feitas pela Igreja Primitiva, que se
espalharam mundo à fora em diferentes mãos e lugares, contudo quando essas cópias
são reunidas – lá no museu de Jerusalém, por exemplo -, não se constata
qualquer alteração, acréscimo ou redução que compromete a mensagem inspirada.
Os manuscritos do Mar Morto encontrados na caverna de Qumran em 1948,
confirmaram a autenticidade de todas as Escrituras hebraicas registradas há
cerca de três mil e quinhentos anos, pois, comparando os manuscritos dos pergaminhos
com os textos bíblicos atuais não foi encontrada distorção ou divergência entre
os textos comparados, confirmando a autenticidade das mensagens bíblicas
ensinadas às gerações anteriores e atual.
O primeiro argumento contrário à integridade da
Bíblia surge do desconhecimento de como funciona a inspiração divina e de como
ocorreu a escolha de homens santos que dirigidos pela vontade de Deus
escreveram os textos bíblicos – são chamados de hagiógrafos, pessoas que
escrevem textos sagrados. O segundo argumento é uma falácia (Paulo não escrito suas
cartas) porque há distorção do que está registrado em algumas cartas de Paulo,
mostrando que de fato o apóstolo não redigiu o conteúdo de todas suas cartas, devido
principalmente a idade avançada e suas condições físicas como evangelista
peregrino afligido pelas perseguições dos judeus, porquanto as ditou a irmãos
escritores que o acompanhavam. Ele recebia a inspiração do Espírito Santo e
ditava a quem o auxiliava, porém o apóstolo assinava de próprio punho. Isso
ocorreu com a carta ao Romanos, escrita por Tércio (Romanos 16:22); com a primeira
carta aos coríntios (I Co 16:21); carta aos gálatas (Gálatas 6:11); com a carta aos
colossenses (Colossenses 4:18); segunda carta aos tessalonicenses (II Ts 3:17); e carta
a Filemon (Fl 1:19).
Na época dos fatos bíblicos, usar um escriba
para escrever um texto era recurso literário comum, pois a educação formal era
precária e disponível a poucos. Tércio era um escriba. Por exemplo, Lucas
redigiu o evangelho que leva seu nome quando investigava a vida de Jesus a
pedido de um tal Teófilo (Lucas 1:1-3). O livro do profeta Jeremias foi escrito
com o auxílio do escriba Baruque – “E
disse-lhes Baruque: Da sua boca ele me ditava todas estas palavras, e eu com
tinta as escrevia no livro.” (Jeremias 36:18:13-15). É de menor importância focar
em quem formalizou a mensagem divina recebida por Jeremias e Paulo, posto que o
essencial é que a inspiração divina veio sobre Jeremias e Paulo, o que está
claro em referidos textos bíblicos.
O apóstolo Pedro também enfrentou adversários
das Escrituras e lhes abriu o entendimento acerca do erro grosseiro que
cometiam falando de coisas que não entendiam, pois coisas espirituais são
entendidas somente por homens espirituais: “Sabendo
primeiramente isto: Que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (II
Pd 1:20-21). O apóstolo Paulo disse algo semelhante quando seus opositores e
perseguidores em Gálatas atacaram a verdade do evangelho de Cristo: “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho
que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem
aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1:11-12).
A inspiração divina
(greg. “pheromenoi”) é uma força que
move, conduz e guia (greg. “phero”)
alguém com absoluto controle, como igualmente pessoas são conduzidas num navio
pelo mar, e como algo é impelido por uma rajada de vento ou como alguém é
movido interiormente a fazer algo por causa de um estímulo mental, a qual é
infalível em seu propósito por ser dirigida pelo poder do Espírito Santo (II Pd
1:21). Ninguém resiste ao mover do Espírito Santo nem à sua inspiração.
A frase “para redarguir” não foi bem
traduzida porque no manuscrito grego a palavra não é um verbo, mas um substantivo, daí que mais acertada é a versão ARA que a traduziu como repreensão (greg. “elegmos”)
que significa refutação, repreensão e reprovação. Igualmente a
frase “para corrigir” também deve ser
substituída pelo substantivo correção
(greg. “epanorthosis”) que significa restauração a um estado correto, aperfeiçoamento de
vida ou de caráter.* É justamente o poder da verdade que corrige e
repreende corações ímpios ou rebeldes que levam homens a não ouvirem as
palavras da sã doutrina, preferindo palavras que lhes causam comichões nos
ouvidos como gostam de sentir os cachorrinhos quando lhes apalpam os pés das
orelhas – “Porque virá tempo em
que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, amontoarão
para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;” (II Tm 4:3).
Precisa ser dito que a inspiração divina
transmite a mensagem de Deus sem falha, sem erro ou pequena imprecisão porque
todo processo é controlado e guiado pelo Espírito de Deus. O sopro inspiratório
é infalível e irresistível. É impossível o Espírito Santo falhar porque ele é
um Deus infalível como o Pai e o Filho.
A inspiração de uma música clássica ou de uma canção pode ser
reproduzida parcialmente ou com erros, por se tratar de mensagem pessoal que
depende da perfeita sintonia anímica de quem a recebe, o que jamais acontece
com um texto bíblico.
Outrossim, as
revelações divinas são inspiradas dentro do coração de homens santos escolhidos
divinamente, como foram os profetas da velha aliança (Marcos 12:36, Atos 28:25, I Pd
1:12-13), em quem habitava o Espírito Santo, os quais as transmitiram ao povo
de Deus para conhecimento e cumprimento. Não obstante, a inspiração divina escriturada
veio sobre alguns homens escolhidos por Deus, mas a Bíblia, resultado do
trabalho que esses homens fizeram sob controle do Espírito Santo, não é um
livro humano, porquanto suas revelações, palavras de verdade e justiça têm como
fonte a própria vontade de Deus. O que é divino não pode ser revelado por
humano, por isso o caráter sagrado e incomparável das Escrituras.
Como sabemos, as Escrituras
escritas foram inspiradas e reveladas a homens santos pelo poder do Espírito
Santo (II Tm 3:16 e II Pd 1:21), nada foi registrado nelas por vontade do
pensamento humano, daí que sua perfeita interpretação também carece do auxílio
do Espírito Santo, o que é feito por todo aquele que medita na palavra de Deus
com temor e santidade no coração (II Pd 1:20).
Os profetas do
velho testamento falavam inspirados pelo Espírito
Santo. Esses servos
ensinavam e pregavam ao povo de Israel sob a direção dos céus, homens
instruindo espiritualmente outros homens e “divinamente, os
advertia sobre a terra” (Hebreus 12:25, 1:1 – ARA), mas Jesus, o
Deus Filho, desceu dos céus para advertir os homens com a mensagem do
evangelho do reino de Deus, daí a
superioridade da aliança do novo testamento – “Aquele que vem de cima é sobre todos;
aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é
sobre todos.” (João 3:31).
Oh, glória! Somos
ensinados e instruídos pelas palavras que saíram da boca de Deus, as quais
foram registradas na Bíblia para nosso bem (Romanos 15:4) e porque ele sempre cuidou
de sua palavra para se cumprir – “E
disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para
cumpri-la.” (Jeremias 1:12), porque são palavras
imutáveis e eternas.
Louvado seja nosso
Deus e Pai, a quem damos graça por nosso Senhor Jesus Cristo – “Mas a palavra do Senhor permanece para
sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.” (I
Pd 1:25). Amém.
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Dicionário Strong