
“Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.”
“E no último dia, o
grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem
sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios
de água viva correrão do seu ventre.” (Jo
7:37-38).
As
Escrituras prometem saciar a fome e a sede dos que buscam o Senhor, o qual é a
fonte ou manancial (greg. “pege”) de
águas vivas (Jeremias 2:13). A velha aliança adotou a água como símbolo do Espírito
de Deus, associando o bem-estar espiritual àquele que estando sedento sacia-se
bebendo água – “Ó vós,
todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde,
comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.” (Is
55:1, 44:3, 58:11), o que foi reproduzido simetricamente pelo Senhor Jesus no
novo testamento.
Então,
o que é a água viva? O evangelho respondeu: “E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem;
porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido
glorificado.” (João 7:39). É o dom do Espírito de Deus manifestando poder por
intermédio dos santos da Igreja.
Quem tem Deus tem tudo o que uma vida necessita. O alimento do crente é
a palavra de Deus e o Espírito Santo é a água que mata a sede da alma humana,
como as águas de um rio que mata a sede de muitos. Aqui já se pode ver que um
cristão bem alimentado não pode ter apenas a palavra – a teoria bíblica sem prática
é uma cilada espiritual, principalmente para o pecado da soberba -, precisa
também ter a presença e as obras do Espírito Santo, do contrário estará comendo
comida seca e terá dificuldade para compreender coisas espirituais, como quem
tem dificuldade de engolir uma farofa seca.
Quando Jesus diz “quem crê em mim,
como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” claramente
ensina que todo aquele que nele crê – “como
diz a Escritura” e não como dizem algumas religiões - recebe dele o Espírito
Santo para habitar e fluir do seu interior. A água viva flui para quem tem fé
em Jesus, pois ele é a fonte do poder [do Espírito Santo] que faz a alma dos
que peregrinam neste mundo ser guiada em paz pelos caminhos da vida até chegar
à eternidade – “E
disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A
quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.” (Ap
21:6, 7:17, 22:1).
Lembram-se do que ele disse à mulher samaritana? Foi exatamente isso: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” (João 4:14). Somos ensinados que alimentar-se da palavra do evangelho de Cristo é atrair para si o mover do Espírito Santo, o qual permanecerá operando se também a pessoa que o receber permanecer alimentando-se da palavra de Deus, tal como quem bebe água todos os dias para não sentir falta de água no organismo físico.
Isso
se dá porque o Espírito Santo, depois da conversão, assume a função de ajudador
da obra de santificação ou vivificação do espírito humano – “O Espírito é o que vivifica; a carne
para nada aproveita. As palavras que eu lhes tenho falado são espírito e são
vida.” (João 6:63 – NAA, NVI). Vemos que a palavra do evangelho ao entrar no
coração leva consigo o Espírito Santo que estabelece uma saciedade espiritual
plena inerente à verdade divina, porém condicionada à presença contínua de
Cristo na vida das almas que o recebe. Mas isso é salvação temporária, não é
salvação definitiva, pois o Espírito Santo deixará o lugar que ocupa se
porventura vier a se entristecer (Efésios 4:30) ou apagar-se (I Ts 5:19), tal como
uma lamparina apaga-se quando lhe falta o óleo combustível, visto que o
espírito [vivificado] é a lâmpada do Senhor no interior do homem (Provérbios 20:27:20).
Mas, se o crente perseverar na fé até o fim e manter-se afastado do pecado, a
presença do Espírito Santo será contínua e levará sua alma até Cristo, na
eternidade (Mateus 24:13).
Beber
da água da vida é um privilégio espiritual dos que estão em Cristo, mas depois
que alguém recebeu a água viva a mesma passa a fluir dele para outras pessoas –
“do seu interior fluirão rios de água
viva” (ARA) - por meio das manifestações ou obras do Espírito Santo (Gl
5:22), pois uma fé verdadeira tem obras (Tiago 2:17).
No
entanto, com os ímpios não é assim – “Não
são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.” (Salmos 1:4).
Os ímpios ou crentes insinceros não recebem este poder de fluir o dom
espiritual dado por Cristo aos que nele creem porque não o têm nem para si,
porém permanecerão sedentos e estéreis enquanto não aceitarem o chamado das
boas novas do evangelho com um coração sincero. Não é outro o destino dos
ímpios – “Estes são fontes sem água,
nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas
eternamente se reserva.” (II Pd 2:17).
Na
eternidade, Jesus como o Cordeiro de Deus continuará sendo também sendo o Bom
Pastor que conduzirá os salvos às fontes das águas – “”Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes
servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos
toda a lágrima.” (Apocalipse 7:17). Olha que recepção maravilhosa os santos terão
nos céus, dada pelo Filho e pelo Pai. Oh, glória!
Em
suma, a água que todos nós precisamos se não quisermos voltar a ter sede de
nada enquanto permanecermos no mundo, é o Espírito Santo derramado
gratuitamente por Jesus dentro do coração dos que nele creem (Romanos 5:5). E quem
recebe essa água da vida? Ela é dada pela graça e de graça a todo aquele que
aceita o chamado da palavra de Deus – “E
o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede,
venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” (Apocalipse 22:17).
O
texto diz que hoje o chamado à fonte da água viva está feito pelo Espírito
Santo, pela esposa (Igreja) e pelos santos à alma de todos os inconvertidos sedentos
para que sejam saciados e se tornem filhos de Deus. Venham!
*© Texto bíblico: ACF – SBTB