
Tempo da visitação: Como estaremos quando Deus vier?
“Dizendo: Ah! se tu conhecesses também,
ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está
encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus
inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos
os lados; E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem,
e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da
tua visitação.” (Lucas 19:42-44).
Trata-se de
expressão usada pela primeira vez no Pentateuco, pelo próprio Senhor Deus (Ex
32:34), depois pelos profetas Isaías (Isaías 10:3), Jeremias (Jeremias 10:15:23,
23:12, 51:18) e no novo testamento por Jesus (Lucas 19:44) e pelo apóstolo Pedro
(I Pd 2:12), lembrando a todos nós da necessidade de se reconciliar com Deus
urgentemente, pois além do juízo eterno há também juízos que sobrevêm sobre o
pecador ainda nesta vida – “Se o justo é punido na terra, quanto mais o
perverso e o pecador!” (Provérbios 11:31).
Era uma expressão
do hebraico usada para dizer que Deus visitava (hebr. “paqad”) os homens a fim dos mesmos responderem por suas ações boas
ou más, comprovando que as pessoas sempre souberam que Deus está no controle de
tudo e que um dia haverá prestação de contas daquilo que fazemos (Gn21:1, 50:25, Êxodo 32:34, Números 14:18, Jó 5:24, Salmos 80:14 e Jr 10:15, 23:12, 11:23, 23:2, 27:22, 51:18, Oséias 9:9),
de modo que normalmente a visitação não era só entendida como castigo por causa
dos pecados cometidos, mas também para o anúncio de bênçãos como o Senhor fez com
Sara – (Gênesis 21:1).
O
profeta Jeremias, em profecias contra as nações inimigas de Judá, usou o termo
semelhante “tempo do seu castigo” em
referência só ao juízo de condenação determinado por Deus sobre a nação do
Egito (Jeremias 46:21), Edom (Jeremias 48:44), Amom (Jeremias 49:8) e Babilônia (Jeremias 50:27).
Entretanto, falando acerca dos pecados dos moradores de Judá, alerta-os que
seriam visitados pelo Senhor porque “tanto gostaram de andar errantes,
e não retiveram os seus pés, por isso o Senhor não se agrada deles”
(Jeremias 14:10, Salmos 89:32).
A locução
linguística “o tempo da tua visitação”
é usada no novo testamento para expressar a vinda do poder divino entre os
homens, seja também como bênção ou juízo (Lucas 19:44 e I Pd 2:12), pois a palavra
visitação (greg. “episkope”) é
sinônima de inspeção ou ato pelo qual Deus examina e sonda os caminhos de
alguém para ver se está fazendo corretamente o que tem que fazer, os atos e o
caráter dos homens antes de julgar favoravelmente ou não seus destinos
(Dicionário Strong). A origem desta palavra é o verbo visitar (greg. “episkeptomai”), que expressa o ato de
ajudar alguém pobre, doente ou aflito, ser visitado por Deus (Lucas 1:68,
7:16).
E,
Jesus confirma que o termo “tempo da
visitação” é um tempo profético, como foi para a cidade de Jerusalém: “Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste
teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.”
(Lucas 19:42).
No tempo da visitação de Judá
e Jerusalém pelo juízo de Deus, cerca de quarenta anos após a morte de Jesus,
quando ocorreu o cerco e a destruição de Jerusalém pelo exército romano (68 a
70 d. C.), a nação judaica permanecia afastada de Deus e o povo na miséria
espiritual, vivendo a religiosidade dos fariseus e saduceus, pois havia
rejeitado a mensagem do evangelho do Reino de Deus pregado por Jesus Cristo.
Deus não mais guiava nem
protegia os israelitas, dada a rejeição do Filho de Deus como o Cristo prometido
a seus pais pelo ministério dos profetas. Prova disso é que em lugar algum há
registro de que quaisquer um dos apóstolos, líderes ou discípulos de Jesus
foram mortos juntos com os judeus na destruição de Jerusalém, pois, nessa época
a mensagem das boas novas e os mensageiros estavam propagando o evangelho fora
da Judeia, pois os judeus haviam se tornado os principais perseguidores dos
cristãos em todo Israel.
Isso aconteceu com Israel
terreno. Não será diferente com o Israel espiritual, vez que os últimos dias
serão tempos difíceis, de frieza espiritual, perseguições e aflições: “E também todos os que piamente querem
viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (II Tm 3:12).
Os sinais da volta de Cristo
estão confirmando cada mais as profecias bíblicas e novamente surgem as
perseguições ao povo de Deus – a Igreja, ou o Israel espiritual -, algumas da
maneira cruel e selvagem de séculos atrás, mas, em geral, as perseguições
erguem-se contra os valores que sustentam a fé cristã. Vê-se aumentar
assustadoramente a pauta contra os principais valores morais do cristianismo
como casamento, família, vida, liberdade de culto e a perversão das funções
biológicas de macho e fêmea criadas por Deus, mas que estão sendo distorcidas pelos
defensores da identidade de gênero.
O tempo da visitação que
esperamos acontecer com a segunda volta de Cristo será um momento de miséria
moral e de grandes trevas. Isso foi o que indicou o Senhor Jesus a seus
discípulos: “Quando
porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lc
18:8). Trevas também é o que não faltarão naquele dia. Na parábola das dez
virgens o Senhor chegou para buscar sua noiva à meia-noite (Mateus 25:6), horário que
simboliza a profunda escuridão do mundo quando Ele voltar.
No
entanto, a alegria estará guardada no coração dos que pertencem à Igreja do
Senhor. Paulo chama a volta e o aparecimento glorioso de
Cristo nos céus de “bem-aventurada esperança” (Tito 2:13), pois, em verdade é o evento futuro
mais esperado por todos os santos e por toda Igreja de Cristo.
Maranata! Ora vem Senhor Jesus (Apocalipse 22:20). Que
Deus tenha misericórdia de nós e mantenha nossa fé até esse dia glorioso.