Mensagem Bíblica

É necessário jejuar?

  • Eder Souza
  • Tempo de Leitura 4 Minutos


É necessário jejuar?

O jejum espiritual é a consagração voluntária durante certo tempo à abstinência total de alimento, às vezes também se inclui a água, com o intuito de chamar a atenção, suplicar livramento ou buscar a intimidade com Deus, servindo-se da privação dos desejos que satisfazem puramente a carne para se dedicar intensamente à comunhão espiritual, mediante oração e meditação na palavra. É ato religioso de disposição voluntária, de caráter ocasional, que exige esforço e disciplina visando fortalecer a vigilância e a prontidão espiritual.

A prática do jejum, se regular, auxilia na implementação de vida regrada ou separada das rotinas meramente mundanas, evitando desperdício de tempo com coisas que não edificam, para se dedicar a oração e a tudo que eleva o espírito humano. Um dia perguntaram a Jesus por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos?” (Marcos 2:18), ao que respondeu: “Podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar; Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias.” (vs. 19-20). Primeiro, Jesus considerou o jejum parte da vida dos discípulos, validando sua eficácia espiritual. Dessa maneira, concordou com o jejum religioso deixado pela lei mosaica ao povo de Israel, realizado uma vez por ano no dia da Expiação ou Yom Kippur (Levítico 16:29). Sua finalidade era afligir e humilhar alma dos israelitas no dia que toda a nação de Israel pedia perdão a Deus de seus pecados. O dia da Expiação ou dia do Perdão era feriado nacional porque o povo confessava seus pecados, e também o único dia do ano que o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos para oferecer sacrifício pelos pecados do povo, e se desobedecesse essa restrição morria (Levítico 16:2 e Hb 9:7).

Quando Jesus comparou sua presença no meio dos discípulos como a do noivo no meio de seus convidados nos festejos das bodas, onde os amigos do noivo eram bem servidos durante todos os dias da festa, quis dizer-lhes eles não precisavam afligir a alma para pedir algo a Deus porque estavam diante do Filho de Deus, sendo poderoso para fazer sinais, prodígios e milagres como os olhos já tinham vistos. E, assim como o noivo fazia provisão de toda de comida e bebida necessária para aquele período, Jesus também atenderia todo pedido dos discípulos enquanto permanecesse nesta terra. De fato, nada lhes faltou enquanto esteve entre eles. Jesus aconselhou a fazer jejum quando se entrar em batalha espiritual, algo que exige íntima comunhão com o Espírito Santo.

Os discípulos não conseguiram expulsar o demônio de um jovem lunático, que muitas vezes o fazia cair no fogo e muitas vezes na água e após expulsá-lo, Jesus repreendeu a incredulidade deles, dizendo que se tivessem fé nada lhes seria impossível, “mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” (Mateus 17:21), associando, no caso de batalha espiritual, a oração da fé com o jejum. Ou seja, a expulsão de demônios deve ser um propósito de quem jejua e principalmente daqueles cristãos que estão envolvidos com a batalha e a libertação espiritual.

O jejum na oração do crente funciona como um porrete para derrubar inimigos poderosos nas batalhas espirituais. Suas orações estão tendo respostas de Deus? Como está sua proximidade e intimidade com Deus? Tem algo tirando você facilmente da presença dele ou fazendo você gastar seu tempo inutilmente? Se Deus não tem tido primazia na sua vida, há perda considerável de tempo com o uso de tecnologia ou entretenimento, é bom jejuar para fortalecer a fé e sentir segurança quanto a salvação eterna.

*Texto bíblico: ACF