
Jesus ensinou a confiar nas promessas de Deus
“Portanto
nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de
testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto
nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,
Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe
estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à
destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:1-2).
Tudo que as Escrituras da velha aliança haviam profetizado
sobre o Messias aconteceu com Jesus durante seu ministério terreno. O Espírito
de Deus operou nele poderosamente para cumprir tudo o que sobre ele foi dito –
“Assim será a minha palavra,
que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me
apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” (Is
55:11). Nele foram cumpridas não só as
profecias messiânicas, mas a própria lei mosaica naquilo que era impossível ao
homem fazer – “Porque o fim da lei
é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” (Romanos 10:4).
Na expressão “pois
que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas”
(Hebreus 12:1), o termo “tão
grande nuvem de testemunha” são os justos de Hb 11,
os “heróis” (patriarcas) da fé e todos os que
alcançaram testemunho de fé
por terem agradado a Deus nesta vida. Os espíritos dos patriarcas e de todos os justos da velha aliança somente foram aperfeiçoados com o espírito dos santos que foram lavados e remidos pelo sangue de Cristo (Hebreus 11:40), pois antes disso eles dormiam no pó da terra
(Daniel 12:2). Essas testemunhas passaram pela prova de fé porque obedeceram fielmente a vontade de Deus e agora assistem nos céus – nos lugares
celestiais (Efésios 1:3) -, a nossa
luta nesta caminhada para igualmente superarmos as tentações e as adversidades terrenas na conquista da salvação eterna.
Por sua vez na elocução “e o
pecado que tão de perto nos rodeia”, o termo “tão de perto nos rodeia” (greg. “euperistatos”) significa aquilo que
envolve habilmente, que cerca e incomoda. Ou seja, fazemos uma
corrida com muitos obstáculos que são os pecados, as tentações da natureza
carnal e as demoníacas, os quais derrubam grandes e pequenos, a menos que sejam
enfrentadas com o auxílio do Espírito Santo de Deus, deixado por Cristo como
Ajudador e Consolador dos santos que vivem pela fé – “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de
Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está posta no Senhor seu Deus.” (Sl
146:5).
Precisamos
confiar no poder da palavra de Deus e em suas promessas, do contrário não
seremos dignos delas. Vejam esse fato. O exército de Ben-Hadade, rei da Síria,
cercou a Samaria e a fome intensificou de tal forma que as pessoas estavam
comendo suas próprias crianças (II Rs 7:24-29). Diante desse cenário de horror
Eliseu disse que no dia seguinte haveria fartura de alimentos à porta da
Samaria, porém um homem duvidou da palavra do profeta do Senhor dizendo: “Eis que ainda que o SENHOR fizesse janelas
no céu, poder-se-ia fazer isso? E ele disse: Eis que o verás com os teus olhos,
porém disso não comerás.” (II Rs 7:1-2).
Miserável
coração humano! No dia seguinte quatro leprosos constataram que não havia mais
ninguém no arraial dos sírios, pois eles haviam fugido ao ouvirem ruído de
carros e de cavalos de um grande exército vindo contra eles e abandonaram seus
animais, roupas, víveres e “então saiu o
povo, e saqueou o arraial dos sírios; e havia uma medida de farinha por um
siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, conforme a palavra do Senhor.”
(II Rs 7:16). E, quanto ao homem do rei que duvidara da palavra do Senhor “o povo o atropelou na porta, e morreu, como
falara o homem de Deus, o que falou quando o rei descera a ele.” (II Rs
7:17). O que Deus fala se cumpre porque sua palavra não tarda nem falha.
O termo “e corramos
com paciência a carreira que nos está proposta” vem do substantivo grego “agon” que significa combate, lugar de
competição, arena ou estádio onde os gregos se reuniam para os jogos nacionais,
lugar de competição, luta e batalha pela vitória, a fim de fazer jus ao prêmio
concedido aos vencedores (Filipenses 1:30, Colossenses 2:1, I Ts 2:2 e Hebreus 12:1). Vida cristã é
sinônimo de lutas constantes, ou melhor, de lutas diárias, pois todos os dias
se levantam adversários e circunstâncias tentando enfraquecer ou derrotar o
poder divino que opera na alma dos santos, trazendo-lhes aflições e tribulações
que incomodam, sem, contudo, derrotá-los porque maior é o poder que lhes
protege.
Não podemos esquecer que independente da
profissão exercida ou do que fazemos na manutenção de nossa subsistência neste
mundo, há uma outra carreira proposta paralela, essencialmente
espiritual, a qual requer, como faz o corredor sob os olhos do
público no ginásio, que deixemos de lado todo peso do pecado e inutilidade para
que tenhamos boas chances de vitória, pois, o êxito ao seu final está
condicionado a que tomamos como modelo a ser seguido a vida de Jesus, “autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo
que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se
à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:2).
Quem entrar nessa carreira tendo os olhos da fé
fixos em Jesus suportará toda aflição e angústia deste mundo e receberá a coroa
da justiça que lhe está preparada na glória (II Tm 4:8). O profeta Jeremias diz que os pecadores de Judá não
buscavam arrependimento e “cada um se
desvia na sua carreira, como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha.”
(Jeremias 8:6). O homem pecador torna-se bestial quando larga os caminhos do Senhor,
a carreira proposta, e volta a fazer aquilo que o leva à destruição eterna.
Portanto,
miramos nossos olhos em Cristo, verdadeiramente o Autor e Consumador da fé que
salva a alma do homem e confiamos em suas promessas com todas as forças porque
elas nunca não falham – “Alegro-me nas tuas promessas, como
quem acha grandes despojos.” (Salmos 119:162 – ARA).