
Confiar na palavra pregada opera o poder de Deus
“Por isso também damos, sem cessar, graças a
Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a
recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como
palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes.” (I
Ts 2:13).
Os tessalonicenses confiaram no
poder da palavra que ouviram, e isso lhes permitiu suportarem perseguições
mantendo-se fiéis à verdade do evangelho, o que foi lhes foi recompensado por
Deus com muitas bênçãos em suas casas.
A maravilhosa onipresença de
Deus fala com os crentes basicamente pela palavra pregada ou ensinada, porquanto
a partir dela o Espírito Santo instrui cada um dos presentes no culto de
maneira diferente, porém usando a mesma palavra. Quem ouve a palavra e a guarda
no coração faz a perfeita adoração ao Senhor, diferentemente dos que vão à
igreja, sentam-se nos bancos, porém não sacrificam o próprio corpo com a
atenção necessária para se aprender mais sobre Deus. O distraído, visitador de
culto ou desinteressado faz “sacrifício
de tolo” (Eclesiastes 5:1), o que é mal diante dos olhos de Deus.
O aperfeiçoamento da fé não vem
por meio do aprendizado teórico ou intelectual, mas pelo aprendizado
experimental, resultado da convivência prática com aquilo que ensina o
evangelho. É adquirir hábitos cristãos como a oração, jejum, leitura e
meditação na palavra de Deus, vigília, louvor e adoração. Isso é conhecer a
palavra de Deus com base no conhecimento experimental, vivenciando o poder
sobrenatural que dela emana a favor de todos que, despertados pela fé, buscam comunhão
com Cristo.
Somente não
é abençoado quem não se dispõe a conhecer pela palavra que Jesus Cristo é o
Filho de Deus e que só nele há salvação e vida eterna. Ser guiado pelo Espírito
Santo é uma das maiores experiências espirituais aos que entram nessa esfera de
intimidade, sabendo-se que quanto mais perfeito for o vaso maior será a unção
que operará por meio dele, como revelações, curas divinas, milagres e
profecias, porém toda honra e toda glória deve ser dada ao nome de Jesus
Cristo, jamais ao servo que ele usa como instrumento de sua justiça. Quem
conhece o evangelho conhece a vontade de Deus e reconhece que Jesus Cristo é
Senhor e Salvador e sente-se feliz em servi-lo como servo fiel.
O pregador pode ter uma grande
fé no ato de semear a palavra, até ser ungido com algum dom espiritual,
mas se não houver fé no coração do ouvinte não se fecha a conexão espiritual
que faz fluir a bênção divina. É pela fé que o ouvinte abre seu coração para
receber o poder da palavra de Deus e a partir daí o Espírito Santo encarrega-se
de fazer o que for necessário para que a palavra pregada cresça e produza todos
os frutos esperados. Mais à frente Paulo diz que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6). Pedro diz que para
Deus “é
agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.” (Atos 10:35).
É certo que
a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus (Romanos 10:17 e Efésios 1:13), mas a eficácia do
que se espera depende que a fé seja ativada no coração do ouvinte ou no coração
do intercessor (no caso de doente ou pessoas sem capacidade de entendimento).
Definitivamente a fé não depende da qualidade do pregador (greg. “kerysso”), pelo contrário na parábola do
semeador a figura do semeador não tem nenhuma importância, nada foi dito acerca
da pessoa do semeador, mas se coloca em destaque o coração onde a semente caiu.
O poder e a eficácia espiritual estão na semente, não em quem semeia, daí a
importância de se ter um coração (terra) disposto a guardar a palavra da
verdade, para que a mesma produza muitos frutos na vida do ouvinte.
Esta maneira
de operar do poder da palavra de Deus parece ser um aviso que sua obra
independe de alguém qualificado – “Irmãos,
reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo
a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento;” – (I
Co 1:26) -, porque a mesma será feita por quem Deus escolher e Ele
sempre capacita aqueles que chama – “O qual
nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra,
mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” (II Co 3:6).