
Medo da morte ou do inferno é insuficiente para salvar
“E
disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não
venham também para este lugar de tormento.” (Lucas 16:27-28).
Na parábola do rico e do pobre
Lázaro, o homem rico só pensou em salvar sua família quando estava sofrendo no
inferno. Ali ele lembrou-se da família e tentou avisá-la para que não fosse
para lá também, contudo já era tarde demais para fazer algo por seus entes
queridos (Lucas 16:27-31). O homem rico nunca obedeceu a palavra de
Deus e apenas quando sofria no inferno sentiu medo da realidade tenebrosa que ouvia
a palavra da verdade dizer sobre o mundo espiritual. Ele comprovou a existência
do inferno quando já estava dentro dele, impossibilitado de fazer alguma coisa
para se salvar, por não ter acreditado no evangelho da graça.
O método de
salvação divina é pela graça (Efésios 2:8-9), por meio da fé e da obediência, não
por medo nem depois que conheceu as trevas do inferno, porquanto afastar-se do
fogo e das trevas do inferno é uma decisão que precisa ser tomada enquanto estamos vivos (Sl
6:5, 30:9 e Isaías 38:18), pois não há como
conhecer, servir e adorar a Deus no inferno, muito menos fazer algo pela própria
alma ou de nossos entes queridos depois da morte. Os que apenas têm medo do
inferno não se arrependem e tão logo se livram do perigo que lhes aflige querem
voltar à vida que antes viviam.
Um dos ladrões na cruz pediu a
Jesus para ser salvo e estar com ele nos céus, o outro pediu apenas para ser
salvo do suplício, com clara intenção de voltar novamente ao mundo, não
mostrando qualquer interesse pela eternidade da alma (Lucas 23:39-43). O medo de morrer ou ir para o
inferno não pode ser confundido com
o temor reverencial a Deus e à sua palavra, pois o temor reverencial
proporcionalmente ao conhecimento da palavra de Deus. A fórmula do temor a Deus
é esta: mais palavra, mais temor; mais temor, mais obediência; mais obediência,
mais dependência; e mais dependência, mais bênçãos.
Depois que ouviu Jesus falar que o homem rico
estava sofrendo no inferno, seus apóstolos sentiram temor e disseram-lhe “acrescenta-nos a fé.” (Lucas 17:5). Estando diante do Filho de Deus eles não
pediram livramento da morte nem do inferno. Sabiam que para vencer suas
fraquezas precisam fortalecer a fé que vem por ouvir a palavra de Deus. Também
sabiam não existir outro remédio ou comprimido para se ter fé, mas apenas se
dispondo a ouvirem a palavra do Senhor, pois sem fé não há como ir adiante, “porque todo o
que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a
nossa fé.” (I João 5:4).
Um pouco mais adiante o amado apóstolo diz “que todo aquele que
é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo,
e o maligno não lhe toca.” (I João 5:18),
relacionando o “ser nascido de Deus”
com a impossibilidade de ser tocado por Satanás. No termo “e o maligno não lhe toca”, o verbo tocar (greg. “haptomai”) é o ato de atacar alguém,
agarrar fortemente, tocar para ferir, apoderar-se de (João 20:17).
Então, quem é nascido de Deus não tem brecha que facilite
ser agarrado e destruído pelas garras de Satanás, por estar revestido
espiritualmente. Sem dúvida alguma a couraça protetora contra a ação maligna se
dá pela presença do Espírito Santo no coração daquele que estava morto
espiritualmente por causa do pecado e foi vivificado pela graça de Deus após
receber o perdão de pecados pela fé em Cristo (Efésios 2:5, Colossenses 2:13).
Irmãos, tenham fé! Somos salvos pela graça por meio da
fé. A graça retribui a fé dos homens concedendo-lhes a vida eterna. Amém.