Mensagem Bíblica

Medo da morte ou do inferno é insuficiente para salvar

Medo da morte ou do inferno é insuficiente para salvar

  • Éder de Souza
  • Tempo de Leitura 4 Minutos

E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.” (Lucas 16:27-28).

Na parábola do rico e do pobre Lázaro, o homem rico só pensou em salvar sua família quando estava sofrendo no inferno. Ali ele lembrou-se da família e tentou avisá-la para que não fosse para lá também, contudo já era tarde demais para fazer algo por seus entes queridos (Lucas 16:27-31). O homem rico nunca obedeceu a palavra de Deus e apenas quando sofria no inferno sentiu medo da realidade tenebrosa que ouvia a palavra da verdade dizer sobre o mundo espiritual. Ele comprovou a existência do inferno quando já estava dentro dele, impossibilitado de fazer alguma coisa para se salvar, por não ter acreditado no evangelho da graça.

O método de salvação divina é pela graça (Efésios 2:8-9), por meio da fé e da obediência, não por medo nem depois que conheceu as trevas do inferno, porquanto afastar-se do fogo e das trevas do inferno é uma decisão que precisa ser tomada enquanto estamos vivos (Sl 6:5, 30:9 e Isaías 38:18), pois não há como conhecer, servir e adorar a Deus no inferno, muito menos fazer algo pela própria alma ou de nossos entes queridos depois da morte. Os que apenas têm medo do inferno não se arrependem e tão logo se livram do perigo que lhes aflige querem voltar à vida que antes viviam.

Um dos ladrões na cruz pediu a Jesus para ser salvo e estar com ele nos céus, o outro pediu apenas para ser salvo do suplício, com clara intenção de voltar novamente ao mundo, não mostrando qualquer interesse pela eternidade da alma (Lucas 23:39-43). O medo de morrer ou ir para o inferno não pode ser confundido com o temor reverencial a Deus e à sua palavra, pois o temor reverencial proporcionalmente ao conhecimento da palavra de Deus. A fórmula do temor a Deus é esta: mais palavra, mais temor; mais temor, mais obediência; mais obediência, mais dependência; e mais dependência, mais bênçãos.

Depois que ouviu Jesus falar que o homem rico estava sofrendo no inferno, seus apóstolos sentiram temor e disseram-lhe “acrescenta-nos a fé.” (Lucas 17:5). Estando diante do Filho de Deus eles não pediram livramento da morte nem do inferno. Sabiam que para vencer suas fraquezas precisam fortalecer a fé que vem por ouvir a palavra de Deus. Também sabiam não existir outro remédio ou comprimido para se ter fé, mas apenas se dispondo a ouvirem a palavra do Senhor, pois sem fé não há como ir adiante, “porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” (I João 5:4).

Um pouco mais adiante o amado apóstolo diz “que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.” (I João 5:18), relacionando o “ser nascido de Deus” com a impossibilidade de ser tocado por Satanás. No termo “e o maligno não lhe toca”, o verbo tocar (greg. “haptomai”) é o ato de atacar alguém, agarrar fortemente, tocar para ferir, apoderar-se de (João 20:17).

Então, quem é nascido de Deus não tem brecha que facilite ser agarrado e destruído pelas garras de Satanás, por estar revestido espiritualmente. Sem dúvida alguma a couraça protetora contra a ação maligna se dá pela presença do Espírito Santo no coração daquele que estava morto espiritualmente por causa do pecado e foi vivificado pela graça de Deus após receber o perdão de pecados pela fé em Cristo (Efésios 2:5, Colossenses 2:13).

Irmãos, tenham fé! Somos salvos pela graça por meio da fé. A graça retribui a fé dos homens concedendo-lhes a vida eterna. Amém.

*© Texto bíblico: ACF – SBTB