Mensagem Bíblica

Deuteronômio: renovação da aliança de Deus com Israel – Parte II

Deuteronômio: renovação da aliança de Deus com Israel – Parte II

  • Éder de Souza
  • Tempo de Leitura 3 Minutos

É algo bem diferente do que ocorreu com a aliança celebrada no sangue de Jesus, em relação à antiga aliança celebrada com Israel no monte Sinai, o qual disse na última ceia “porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (Mateus 26:28 – ARA). Jesus diz expressamente que era uma nova aliança, não um acréscimo nem reafirmação de aliança anterior. Mudava-se o paradigma da maneira do homem se relacionar com Deus, saindo de cena os sacrifícios com sangue de animais e mediação sacerdotal para uma aliança perfeita celebrada no sangue do Filho de Deus.

Jesus também revelou ao apóstolo Paulo que “depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.” (I Co 11:25). Na pregação da mensagem de Cristo aos judeus, Paulo insistiu várias vezes com seus irmãos que o sangue de Cristo o fez “Mediador de uma nova aliança” (Hebreus 12:24:15 e 8:15) e que a velha foi revogada porque Israel havia alcançado “uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas.”. Ora, Jesus Cristo celebrou nova aliança, não fez acréscimo como ocorreu com a renovação da aliança do Sinai antes de Israel entrar na terra prometida (Deuteronômio 1:5-8).

A aliança do Sinai foi renovada com aqueles que entrariam na terra prometida – por meio da “Segunda lei” ou “Repetição da Lei”. Não era o mesmo povo que havia saído do Egito, o qual tinha ouvido Deus anunciar os mandamentos no monte Sinai, pois esses israelitas morreram no deserto durante os quarenta anos de peregrinação. Era um novo povo, renovado no espírito e na alma, debaixo da aliança do monte Sinai, mas agora também renovado em suas memórias do que Deus tinha feito em prol de sua libertação do cativeiro egípcio, inclusive sobre os mandamentos dados a Moisés. O mesmo Deus, sobre a mesma aliança fez acréscimo ou complementação, por intermédio do mesmo profeta e para a descendência do mesmo povo.

Todavia, isso não faz do livro de Deuteronômio uma simples repetição do livro de Êxodo, porém um acréscimo substancial, com inclusão de pormenores relevantes ao que antes já tinha ordenado. As leis dadas às margens do rio Jordão não são as mesmas que foram dadas no monte Sinai. Quem enxergar Deuteronômio como mera repetição perderá muitos ensinamentos espirituais por falta de entendimento amplo da mensagem de Deus.

A mesma complementação foi realizada pela doutrina dos apóstolos em relação ao evangelho do Reino de Deus pregado por Jesus Cristo. Muda-se as gerações, porém não muda o método do trabalhar de Deus, pois em última análise há um só povo, o povo de Deus, formado por judeus e gentios que foram redimidos pelo sangue de Jesus Cristo – “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio” (Efésios 2:14).

*© Texto bíblico: ACF – SBTB