
Deus não atende oração de quem não ouve sua palavra
“O que desvia
os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.”
(Provérbios 28:9).
A única
oração que Deus ouve de um ímpio é a oração de arrependimento de pecados, pois
os que rejeitam a palavra também são rejeitados por Deus – “O meu Deus os rejeitará, porque não o ouviram,
e errantes andarão entre as nações.” (Oséias 9:17),
até mesmo dos que desejam cura física (Tiago 5:16), cura psicológica (Salmos 34:17,
50:15) ou qualquer outro livramento (Salmos 34:4). Esta sistemática é um princípio
bíblico inerente à santidade divina de não ouvir pecadores, salvo se com a
intenção de se arrependerem (Isaías 57:13:9, Jeremias 11:11 e João 9:31).
A sabedoria
divina instrui: “A salvação está longe
dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos.” (Salmos 119:155). Sabemos que o
Espírito
Santo não age onde não tem a palavra de Deus, somente atua onde se prega e se
ouve a palavra de Deus, pois a mente de Cristo entra na igreja pelo ensino e
pregação da palavra. Podemos dizer que pouco valor tem uma libertação
espiritual se não houver a respectiva edificação para sustentar a fé dos que
confessam e abandonam os pecados. A pregação da
palavra tanto vivifica os mortos como desperta os
cristãos que estão relaxados e desatentos por causa da sonolência espiritual.
O salmista reforça esse
princípio ensinando sobre a oração em seu aspecto positivo. Assim está escrito:
“Os olhos
do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu
clamor.” (Salmos 34:15 e I Pd 3:12). Quem tem a mente divina descansa em
paz porque confia em Deus – “Tu
conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” (Isaías 26:3). Verifica-se que as
Escrituras dizem o que devemos fazer ou ser para que nossa oração seja acolhida
e atendida por Deus: conhecer a palavra e esperar em Deus.
A chave do entendimento e do
crescimento espiritual exige conhecimento da palavra de Deus, pois é através
dela que surge o temor e a fé obediente no coração. Apenas existe fé se a pregação for sobre Cristo. Deus já tinha revelado na
antiguidade que a aliança com a Igreja seria celebrada para ele colocar seu
temor no coração dos homens (Jeremias 32:40 e Salmos 85:9). Não é por outra razão que
Paulo diz que a fé vem por ouvir a palavra de Deus (Romanos 10:17 e Efésios 1:13). A
palavra e a oração colocam o homem na presença de Deus e o faz conhecer seu
poder – “Ouvi, vós os que estais
longe, o que tenho feito; e vós que estais vizinhos, conhecei o meu poder.” (Isaías 33:13).
A face mais
visível do temor do Senhor na vida do cristão é que ele odeia o mal, a soberba,
a arrogância, o mau caminho e a boca perversa (Provérbios 8:13), pois o amor divino
arranca o mal do coração, substitui a soberba e arrogância pela humildade, tira
seus pés dos maus caminhos colocando-os em caminhos retos e não mais se compraz
em ouvir zombarias, chocarrices
e palavras de maldição, mas se compraz em ouvir palavras que edificam e
consolam, pois “do
fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios
ficará satisfeito.” (Provérbios 18:20 e Efésios 4:29). Deus não ouve a oração de quem
não odeia o mal ou de quem não ouve sua palavra – “E
aconteceu que, assim como ele clamou e eles não ouviram, também eles clamaram,
e eu não ouvi, diz o Senhor dos Exércitos.” (Zacarias 7:13), mas atende ao que
espera em contínua santidade (Salmos 5:3-4).
Em nenhum outro lugar se vai
encontrar esta verdade básica ordenando a odiar o pecado porque é
maligno, isso ocorre apenas no ensino bíblico porque é uma profunda revelação
espiritual. O relacionamento com Deus exige que o homem abandone sua anterior
vida de pecado pelo desejo de obedecer a palavra e de se purificar cada vez
mais para agradar e viver na presença de um Deus santíssimo.
Ouvir a palavra do Senhor
também traz proteção, provisão e salvação eterna (Salmos 81:8-16, Isaías 48:18 e Jr
2:17, 19). Todo mover do Espírito de Deus é feito na presença da palavra de
Deus, pois sem temor não há intimidade, não se recebe instruções e nem
revelações de coisas divinas (Salmos 25:12, 114 e Provérbios 28:14). Outra característica do temor ao
Senhor é uma vida de intimidade com ele, com inspirações, sonhos e visões
proféticas (Salmos 25:12-14), pois todo aquele que se une ao Senhor torna-se um só espírito com ele – “Mas o que se ajunta com o Senhor é um
mesmo espírito.” (I Co 6:17).
A edificação pessoal pela palavra
fortalece a fé, dá certeza de resposta na oração, esperança na tribulação e sustenta
a unidade entre os irmãos. Era isso que sentia o salmista inspirado: “Escutarei o que Deus, o Senhor, falar;
porque falará de paz ao seu povo, e aos santos, para que não voltem à loucura.” (Salmos 85:8).
Somos ensinados que nenhuma oração dos santos é feita em vão e todas sobem aos céus para diante do trono de Deus como fumaça de incenso (Salmos 141:2, Apocalipse 8:3).
*© Texto bíblico: ACF – SBTB