
Não espere em homens, livramento só vem de Deus
“Porque tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das
lágrimas, e os meus pés da queda. Andarei
perante a face do Senhor na terra dos viventes.” (Sl
116:8-9)
O rei de
Judá, Ezequias (hebr. “Deus fortaleceu”
ou “Javé tornou forte”), estava
cercado dentro da cidade de Jerusalém diante de um exército que tinha feito um
estrago com seus inimigos até chegar ali. Contudo, ele confiou e fez o povo de
Judá confiar no poder de Deus e o Senhor os tirou da mão do rei da Assíria e da
mão de todos seus inimigos, dando-lhe, ainda, direção no caminho da paz e da
prosperidade (II Cr 32:22).
O salmista foi empurrado para cair pelos
inimigos, viu-se cercado mais de uma vez e “cercaram-me
como abelhas; porém apagaram-se como o
fogo de espinhos; pois no nome do Senhor as despedaçarei.” (Salmos 118:12). Ele levantou um clamor no meio da angústia,
em momento de desamparo pelos homens e cercado pelos inimigos, mas venceu tudo
que o afligia por haver entendido que é melhor confiar no Senhor do que confiar
no homem. A oração respondida fez tudo desaparecer, o perigo sumiu como o voo
do enxame de abelhas em migração e o poder do inimigo apagou-se como um fogo
fraco.
Aqui o salmista enfrentava uma ameaça de morte
juntamente com a oposição espiritual das pessoas que o conhecia. Tentaram
fazê-lo desistir da esperança no poder de Deus, como se estivesse sozinho e
desamparado. Porém ele resistiu e permaneceu crendo no Senhor. Ele venceu
porque não desistiu da fé em Deus - “cri
por isso falei. Estive muito aflito.” (Salmos 116:10) – e fez esse cântico de
ação de graça pelo livramento da morte. O termo ação de graça (greg. “eucharistia”) significa gratidão (At
24:3, I Co 14:16 II Co 9:11-12, Colossenses 2:7 e I Ts 3:9).
As perseguições trazem aflições, tristezas e até
esmorecimento na fé, porém é dito que toda espada e arco preparado para
derrubarem os pobres e necessitados e matarem homens justos de reta conduta
será inútil porque nosso Deus providencia livramento, “porém a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos se
quebrarão.” (Salmos 37:15). Quem já experimentou
o que é viver na presença e sob a proteção de Deus jamais se vê longe dele
porque simplesmente não existe nada melhor que estar debaixo de suas asas – “Eis que Deus é o meu ajudador,
o Senhor é quem me sustenta a vida.” (Salmos 54:4 – ARA).
Jó expressou esta certeza e confiança absoluta
de sua fé em Deus dizendo “ainda que ele me mate, nele esperarei;” (Jó
13:15). A nossa fé não depende de circunstâncias, ela permanece íntegra e
inabalável mesmo diante das adversidades e tribulações, porquanto o Senhor tem
poder para resolver qualquer situação e até fazer reviver aquele que morreu.
Logo, sempre deverá haver sentimento de gratidão pelas misericórdias e
bênçãos recebidas de Deus, principalmente por meio da oração, evitando tratá-lo
como um serviçal ou realizador de desejos, mas tributando-lhe a honra e a
exaltação merecida, ao usar de misericórdia com nossas fraquezas e limitações
para nos dar livramentos e bênçãos. Num salmo que fala de um grande e mortal
livramento, Davi sintetizou perfeitamente esta gratidão pelos livramentos que
Deus nos dá: “O
nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra.” (Sl
124:8 – ARA).