
Visita e ajuda a doentes e necessitados: deve ser presencial - Parte I
“A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” (Tiago 1:27)
A expressão “visitar os
órfãos e as viúvas nas suas tribulações”
usou o verbo visitar (greg. “episkeptomai”)
que é o ato de cuidar ou preocupar-se, inspecionar, examinar com os olhos
alguém, a fim de ver como ele está; ir ver alguém, o pobre e aflito, o doente,
tomar em consideração a fim de ajudar ou beneficiar a pessoa necessitada (Mt
25:36, Atos 7:23:36 e Tiago 1:27). Noutras palavras, quem se preocupa ou cuida
de pessoas precisa ir vê-las pessoalmente, não bastando apenas enviar recursos
ou alimentos, pois a presença faz parte desse ato de humanidade determinado
pela Bíblia, sendo prova de atenção pessoal e da importância que toda alma tem
para Deus.
Tem todo
sentido quando sabemos que, em regra, a oração para cura de doentes carece da
imposição das mãos, o que um ministro ou pastor não poderá fazer como líder se
apenas enviar representantes ou entregar ajuda material aos pobres e
necessitados. Doar coisas materiais sem amor ou atenção pela alma é indiferença
espiritual. Paulo diz isso aos crentes coríntios: “E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada
disso me aproveitaria.” (I Co 13:3).
O caráter
humanitário dos cristãos exige pessoalidade, principalmente porque sempre
devemos orar pela vida das pessoas e das suas famílias, já que há problemas e
doenças que não se resolvem se não for por meio de orações de homens e mulheres
santos. É aqui que o poder do evangelho na vida dos cristãos faz toda diferença
quando comparado com a mera filantropia ou beneficência do humanismo secular.
Jesus
efetuou cura à distância como a do filho do oficial do rei (João 4:46-54) e a
filha da mulher siro-fenícia (Marcos 7:24-30), mas se mostrou sempre disposto a ir
até onde estava o doente para orar e impor-lhe a mão (Mateus 9:18-19). Em Cafarnaum
Jesus fez questão de ir até a casa onde estava enfermo o servo de um centurião
amigo dos judeus dessa cidade, porém para honrar a fé do centurião curou o
servo à distância (Mateus 8:7, Lc 1-10).
Jesus enviou
seus apóstolos a pregarem na terra de Israel para expulsarem demônios e curar
enfermidades “e, saindo eles, percorreram
todas as aldeias, anunciando o evangelho, e fazendo curas por toda a parte.”
(Lucas 9:6), logicamente que o termo “fazendo
curas” refere-se somente à realização de curas físicas (greg. “therapeo”), verbo grego que se aplica à
atenção e cuidados que normalmente se dedicam a todos os membros da família (Mt
4:23-24, Marcos 3:2, Lucas 4:23:6, 14:3, João 5:10, Atos 17:25, Apocalipse 13:3), do
qual originou palavra cura (greg. “therapeia”),
aportuguesada como “terapia’, e
entendida como serviço médico que cura, sara, serviço doméstico, atendentes,
servos (Mateus 24:45, Lucas 9:11:42, Apocalipse 22:2).
Tudo isso tem
como objetivo demonstrar que a oração de cura exige a presença dos homens e
mulheres de oração diante dos enfermos ou vice-versa, como fizeram os doze
apóstolos e depois os setenta discípulos enviados por Jesus a curarem
enfermidades na terra de Israel (Mateus 10:1-14 e Lucas 9:1-6:1-12), por ser essa
prática uma regra espiritual básica das curas espirituais ensinadas no
evangelho do reino de Deus.
*© Texto bíblico: ACF – SBTB