
Meritocracia espiritual: É pela graça, exige esforço e não é de graça
“E disseram os habitantes de Jebus a Davi: Tu não
entrarás aqui. Porém Davi
ganhou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi. Porque disse Davi: Qualquer que
primeiro ferir os jebuseus será chefe e capitão. Então Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro a
ela; pelo que foi feito chefe.” (I Cr 11:5-6).
Falando acerca
do reino de Deus, Jesus ensinou aos discípulo que “desde os dias de João Batista até agora, o reino dos
céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.” (Mateus 11:12 e Lucas 16:16 – ARA). O
juízo de reflete a mais pura justiça, a justiça infalível, aquela que nunca
julga com parcialidade ou favorecimento.
Deus não faz acepção de pessoas – Davi era primo
de Joabe, contudo o rei não o favoreceu para lhe dar
gratuitamente o cargo de comandante do exército do reino de Israel, mas o colocou em disputa para ser conquistado
entre muitos valentes e estrategistas em guerra. Esse é o rei
justo, como é Cristo.
Imediatamente após ser ungido rei de todo Israel na
cidade Hebrom, Davi partiu para tomar Jerusalém dos jebuseus, habitantes
originários da terra, o que fez usando
de sabedoria, pois que prometeu entregar a função de comandante do seu exército
àquele que primeiro entrasse na fortaleza e ferisse os jebuseus, inclusive os
coxos e cegos, porquanto os jebuseus haviam desafiados Davi dizendo que o rei
seria repelidos pelos coxos e cegos se tentasse invadir a cidade (II Sm 5:8). A
façanha foi vencida por Joabe, filho de Zeruia (I Cr 11:6).
Os cristãos também serão premiados com recompensas
no reinado milenar de Cristo pelas obras que fizeram neste mundo em prol da
glória de Deus. Isso está revelado na parábola dos talentos (Mateus 25:14-30) e na
parábola das minas (Lucas 19:12-27). Importante pontuar que o assunto principal dessas
duas parábolas é a mordomia cristã, um compromisso de fé que se baseia em encargo ou
responsabilidade (atribuída da parte de Deus)
e em fidelidade (como resposta da parte do
cristão) conforme o
propósito daquilo que lhe foi confiado pela vontade divina, ficando
manifesta a bondade e a
benignidade de Deus porque
ele sempre presenteia ou recompensa todos que fazem sua obra ou o buscam com zelo (Hb 6:10).
Na
primeira, os talentos são dons espirituais deixados para o crescimento do povo
e da glória de Deus, mas alguns cristãos nada fazem nem se esforçam em ganhar
almas para o reino de Deus – Arquivo era um cristão da Igreja
Primitiva, companheiro de Paulo, que foi repreendido pelo apóstolo para cumprir
o ministério recebido do Senhor porque estava sendo negligente com o dom
recebido (Colossenses 4:17). Jesus não diz expressamente qual será a
recompensa dos que produzem frutos com os talentos que possuem, apenas é
chamado de “servo bom e fiel” e
recebe a promessa de ser colocado sobre muito porque foi fiel no pouco (Mt
25:21, 23). Mas, com certeza o servo bom será exaltado na glória.
Na outra parábola as minas representam os bens
materiais e dons naturais que pertencem aos cristãos e que deveriam ser usados
para honrar a Deus (Provérbios 3:9), porém alguns dos servos do Senhor, mesmo sendo
pessoas abençoadas, não trabalham nem usam o que têm para a glória de Deus,
pois vivem uma fé individual, egoísta e com desprezo pela salvação de outras
almas. São aqueles que não fazem a obra de evangelização nem contribuem com os
que fazem, apesar de possuir boas condições entre os irmãos. Quem utiliza
corretamente os bens terrenos neste mundo também é chamado de “servo bom e fiel”, recebendo ainda a
promessa de ser colocado na autoridade de várias cidades, em posição superior
que será visto com distinção entre os salvos por terem
sido fieis na função e encargo que receberam do Senhor.
Assim como Davi que, para conquistar Jerusalém, deu uma comissão a seus valentes de guerra e Joabe esforçou-se para sair vencedor entrando pelo canal ou passagem subterrânea
de água para ferir os jebuseus (II Sm 5:8 e I
Cr 11:6) – os jebuseus não tinham se rendido desde a ocupação da terra de Cannã por Israel (Jz 1:21) -, também a
Igreja recebeu a comissão para se
esforçar em conquistar almas para o reino de Deus, assegurando que todos aqueles que executarem
fielmente esse encargo será grandemente galardoado em seu reino. Entende agora a razão pela qual o Cristianismo
é sinônimo de batalha? Porque temos que enfrentar demônios, principados e
potestades para libertar almas cativas que estão presas ao pecado pelo engano
de Satanás.
Logo, Cristo deixa
claro ao povo de Deus que toda
fidelidade à sua vontade será recompensada nos céus, “mas, como está
escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não
ouviu,e não subiram ao coração do homem,são as que Deus
preparou para os que o amam.” (I Co 2:9).