
Oração e jejum: o arrependimento dos ninivitas
“Os ninivitas
ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram
com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que Jonas.”
(Mateus 12:41).
Nínive era a capital do Império Assírio, cidade
situada à margem do rio Tigre. Os assírios era um povo cruel, inclusive o foi
quando invadiu e levou cativo o reino de Israel (reino do norte) e somente não
subjugou Judá porque o Senhor Deus, no reinado de Ezequias, derrotou o exército assírio comandado
por Senaqueribe (II Rs 19:35-37). Os ninivitas eram pagãos e adoradores de deuses
falsos. Mas, mesmo envolta nas trevas da idolatria Deus tinha um propósito para
essa cidade e por isso enviou o profeta Jonas para lhes pregar sua palavra.
O profeta tentou fugir para
não cumprir essa missão, porém se arrependeu dentro da boca de um grande peixe
antes que sua alma desfalecesse (Jonas 2:1-10). No primeiro dia que o profeta
anunciou que Deus traria juízo sobre a cidade por causa da adoração de falsos
deuses, os ninivitas creram e proclamaram um jejum do maior ao menor dos
homens, inclusive o rei e todos os animais a ele se sujeitaram, ficando todos
sem alimento e água durante esse período (Jonas 3:5-10).
Ou seja, eles enxergaram seus
pecados, erros e se arrependeram perante a vontade do Senhor. Nisto fica claro
que a palavra de Deus no coração e o jejum tem o poder sobrenatural de curar a
cegueira espiritual dos que vivem fazendo sua própria vontade em desobediência
aos mandamentos de Deus. O jejum é a maneira correta do homem humilhar-se
diante de Deus e quebrantar o espírito rebelde para que ocorra um verdadeiro
arrependimento.
Sem jejum não há humilhação
da vontade pessoal nem arrependimento reconciliatório, pois ele representa a
morte do ego humano e da velha natureza sem Cristo. Sem morte não há vida
espiritual e sem morrer para o pecado não se pode viver em Cristo (Romanos 6:2-11,
II Co 5:15, Gálatas 2:20). O jejum deveria preceder todo batismo de conversão a
Cristo, pois assim faziam os cristãos da Igreja Primitiva: “Antes de
batizar, tanto aquele que batiza como o batizando, bem como aqueles que
puderem, devem observar o jejum. Você deve ordenar ao batizando um jejum de um
ou dois dias.” (Didaquê – Cap. VII – do batismo).
A prática simultânea da
oração e do jejum revigora o espírito concedendo força e autoridade sobre os
demônios no mundo espiritual (Mateus 17:21 e Marcos 9:29). Como cristãos, se quisermos
ter a identidade de Cristo precisamos antes morrer para depois vivermos na
novidade de vida que há em Cristo (II Co 4:10-11, Colossenses 3:3 e II Tm 2:11).