
A consciência limpa dá autoridade espiritual
“E
por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus
como para com os homens.” (Atos 24:16).
Quando o apóstolo Paulo declara
“procuro sempre ter uma consciência sem
ofensa, tanto para com Deus como para com os homens” ele apresentava sua
defesa, como prisioneiro em Cesareia, diante do governador romano Félix, depois
de sido preso para se livrar de uma trama dos judeus para o matar em Jerusalém.
Ele afirma sua retidão como servo de Deus e também vida irrepreensível diante
dos homens, pois o Espírito Santo o havia santificado e fechado todas as
brechas espirituais. Era um homem íntegro e santo. Porém, isso não o livrou das
falsas acusações dos judeus nem da vontade que os mesmos tinham de vê-lo morto
simplesmente por pregar a doutrina de Cristo.
Como templo do Espírito Santo temos que ter uma
consciência limpa e pura diante de Deus como fez o apóstolo, o que resulta de
andarmos nos caminhos do Senhor e de lhe confessarmos nossos pecados
praticamente todos os dias, sem omitir ou esconder nenhum deles. Não podemos
orar com intrepidez, expulsar espíritos imundos, impor as mãos sobre enfermos
se o coração acusar-nos, pois isso mina nossa confiança total em Deus. Sem a
consciência limpa não há entrega plena, o que bloqueia o agir do poder e da justiça
divina.
Ter uma consciência “sem ofensa” (greg. “aproskopos”) significa viver sem escândalo, sem mancha, sem culpa,
o que nada tem para fazer tropeçar ou causar tropeço, aquele que não conduz
outros ao pecado pelo modo de vida que leva, sem ofensa ou não perturbado por
uma consciência de pecado (Atos 24:16, I Co 10:32 e Filipenses 1:10).
A nossa consciência precisa ser
iluminada pela palavra de Deus para receber entendimento e discernimento acerca
da justiça e da verdade. Paulo errou várias vezes antes da sua conversão – ele
próprio confessou que perseguiu, castigou e matou cristãos pensando estar
agradando a Deus (Atos 26:9-10) – porque tinha consciência endurecida pelo falso
zelo da religiosidade judaica. Vejam o que ele disse sobre o erro de sua
consciência: “Bem tinha eu imaginado que
contra o nome de Jesus Nazareno devia eu praticar muitos atos;” (vs. 9). De
fato, ele pecou na ignorância e por isso Deus o perdoou completamente.
O mesmo apóstolo Paulo
diz que “o fim do mandamento é o amor de
um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.” (I Tm
1:5). No termo “uma boa consciência”, o adjetivo “boa” refere-se à consciência dos que têm
conduta obediente e ética diante da vontade e da palavra de Deus, cujo
resultado é uma fé não fingida. Não significa alguém totalmente reto, que nunca
pecou ou sem pecado, mas é alguém que se esforça para não errar a fim de não
perder a comunhão com Deus. Pecar para esse tipo de pessoa é um acidente, não um desejo, em quem há confissão e abandono de pecados
imediatamente (I João 1:9). Paulo também
usou o termo “consciência pura” (II
Tm 1:3) referindo-se aos crentes que foram criados e educados por seus pais
para andarem conforme o ensinamento das Escrituras, pois é a palavra divina que
purifica o coração das crianças e adolescentes dando-lhes integridade e retidão na vida adulta.
A consciência pura é algo precioso em qualquer
pessoa, mas principalmente naqueles que professam Jesus Cristo como Senhor e
Salvador. De outra parte, é triste e ao mesmo embaraçoso ver principalmente
homens e mulheres frequentadores de igreja que se declaram intimidados e
despreparados para lidar com opressão e possessão demoníacas, como se para isso
não bastasse ser santo e ter vida íntegra, mas exigisse curso ou seminário com
capacitação especial. As seitas cristãs são as denominações que mais renunciam
a batalha espiritual contra hostes demoníacas por falta de revestimento
espiritual, normalmente porque suas doutrinas heréticas são brechas por onde
vazam a unção do Espírito Santo que as prepararia para vencer todo poder das
trevas.
Quando há manifestação de demônios as pessoas
normalmente ficam assustadas, até mesmo membros de igreja e batizados. Alguns
simplesmente dizem abertamente não ter condições e nem forças espirituais para
enfrentá-los, obviamente com medo de ser ofendidos, agredidos e até mesmo
ferido por aquele que está endemoninhado, como sucedeu com os filhos de Cefas,
os quais, vendo Paulo curar enfermos e expulsar espíritos malignos, também se auto
titularam exorcistas invocando o nome de Jesus, mas o espírito maligno não
vendo neles a santidade dos que sinceramente servem a Cristo os feriram,
deixando-os nus e assim tiveram que fugir da casa onde se meteram a enfrentar
um demônio (Atos 19:13-16).
Nessa hora de nada vale ser diplomado ou possuir
cursos de Teologia porque os poderes das trevas obedecem apenas ao poder de
Deus que opera em quem se mantém fiel e santo à vontade de Jesus Cristo. É a invocação
do nome de Jesus com autoridade santa que os demônios obedecem porque homens
santos não fogem, mas “são ousados como um leão” (Provérbios 28:1). O Leão de Judá tem discípulos intrépidos
e destemidos.
O
Senhor Jesus, depois de sua morte na cruz do calvário, entrou no santuário
celestial e apresentou o próprio sangue como oferta pelo pecado, conforme
exigia o plano de salvação concebido desde a eternidade. Foi nessa ocasião que Cristo pagou a dívida de todo
pecado da humanidade, riscando a cédula da dívida que era contra nós (Colossenses 2:14). “porque Cristo não entrou num santuário feito
por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por
nós perante a face de Deus;” (Hebreus 9:24). Nesse instante ele
venceu a morte, o pecado e Satanás, bem como confirmou a ressurreição de todos
os santos que morrerem na esperança da vida aos que creem em seu nome. E, nele
fazemos proezas, porque nos delegou esse poder sobrenatural no mundo espiritual
(Marcos 16:17-18).
Aqui está a grandeza espiritual do sacrifício no
calvário, pois enquanto na velha aliança o sangue dos animais era oferecido
pelo ofertante diante do altar de bronze do tabernáculo ou do templo em
Jerusalém, o sangue de Cristo foi ofertado por ele próprio no santuário
celestial para a expiação dos pecados de todos os homens. A única
confissão religiosa que limpa o coração e a consciência da culpa do pecado imediatamente
é o cristianismo, as demais comumente dizem que o sentimento de culpa do pecado
será expiado após a morte, o que evidentemente não tem amparo bíblico porque a
palavra diz que “aos
homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb
9:27).
Que a graça do Senhor
fortaleça cada coração a permanecer crescendo na fé e no temor a Deus, com
pureza de coração e de consciência, tendo vida reta diante dos homens e de
Deus, a fim de que sejamos de dignos de subir no seu santo monte e desfrutarmos
da sua presença e glória. Amém.