
Deus também transforma bênção em maldição - Parte I
“Então disse-me: Esta é a maldição que sairá
pela face de toda a terra; porque qualquer que furtar será desarraigado,
conforme está estabelecido de um lado do rolo; como também qualquer que jurar
falsamente, será desarraigado, conforme está estabelecido do outro lado do
rolo.” (Zacarias 5:3).
É comum
ouvirmos dizer “a casa de fulano caiu”
referindo-se a alguém que foi pego em erro ou flagrante delito de algum crime. Na
terra de Israel isso acontecia literalmente com a casa do ladrão e da falsa
testemunha.
Verdadeiramente, Deus transforma maldição em bênção quando o mal foi destinado ao seu povo ou filho – “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem realizado!” (Números 23:23, Zc 8:13). Isso é maravilhoso, mostra o tamanho do poder e da misericórdia do nosso Deus e o quanto ele é digno de glória eternamente. Todavia, o Senhor Deus também pode transformar bênção em maldição se aquele que ele abençoou desonrar-lhe o nome.
Ao entrar na terra prometida Deus abençoou Israel dizendo que um homem israelita perseguiria mil inimigos, pois o Senhor pelejava pelo povo, bênção que fez Israel derrotar muitos reinos que ocupavam Canaã. Todavia, alertou-lhes que se eles se aparentassem com as nações que ainda restavam na terra, isso se lhes seria por laço e rede, “e será que, assim como sobre vós vieram todas estas boas coisas, que o Senhor vosso Deus vos disse, assim trará o Senhor sobre vós todas aquelas más coisas, até vos destruir de sobre a boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus.” (Josué 23:15). Infelizmente sabemos que o povo de Israel tomou filhas e filhos dos povos pagãos para se casarem e Deus os abandonou à sua própria logo após a morte de Josué, brecha espiritual que permaneceu aberta em todo tempo que durou o período dos juízes até a destruição do reino de Israel em 586 a. C. e todo o povo ser levado como escravo. A vocação deles é ser uma nação de reis e sacerdotes para o Senhor, porém eles permitiram que as bênçãos recebidas se transformassem numa vida amaldiçoada.
Ele fez isso com os sacerdotes de Israel: “Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” (Malaquias 2:2). Esta palavra do profeta explica porque muitos ministérios começam bem, fazem boas obras espirituais por um certo tempo e depois se tornam estéreis. Com certeza seus líderes caíram no engano do coração do homem e deixaram de honrar o nome do Senhor Deus, o que pode iludir os homens em geral, mas não Aquele que sonda mente e coração.
No entanto, não é um castigo que só foi aplicado a sacerdotes, pelo contrário o Senhor Deus declarou que também amaldiçoaria todos os moradores da terra de Israel, numa questão que envolvia a todos que estavam debaixo da lei mosaica, que era a entrega regular dos dízimos e ofertas no templo do Senhor: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.” (Malaquias 3:9). Todo israelita estava obrigado pela lei a dar dez por cento de tudo que a terra produzia (cereais e frutos) e dos animais para sustento dos sacerdotes e dos levitas, os quais eram responsáveis pelo ensino da palavra, ministração e demais serviços no templo em Jerusalém. A retenção do pagamento dos dízimos era indevida porque esse foi o valor que Deus fixou para os israelitas pagarem pelo uso da terra de Israel – os dízimos era uma espécie de “aluguel” pela possessão da terra dada aos israelitas, pois o dono da terra era Deus, remuneração possessória que foi destinada ao sustento da tribo de Levi, composta de sacerdotes e demais levitas (Levítico 27:30-32 e Números 18:21-24, II Cr 31:4-5, Hebreus 7:5).
*© Texto bíblico: ACF – SBTB