Mensagem Bíblica

O que o homem faz que agrada a Deus?

O que o homem faz que agrada a Deus?

  • Éder de Souza
  • Tempo de Leitura 4 Minutos

Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8) –

Estando Deus num tribunal em disputa com a nação de Israel, o Senhor pede-lhe que defenda sua causa tendo os montes e outeiros como testemunhas, os quais atentamente ouvirão sua voz. Que cena maravilhosa! O Senhor vai direto ao assunto e diz: “Ó povo meu; que te tenho feito? E com que te enfadei? Testifica contra mim.” (Mq 6:3). Nada se pode dizer contra Deus. Pelo contrário, quem lhe contender como fez Israel terá que ouvir que ele o libertou dos pecados do Egito, foi guiado por desertos cheios de serpentes sob o cuidado de homens santos designados por Deus, recebeu livramento contra encantamento, feitiçaria e todo poder do mal (Números 23:23) e ainda o Senhor segurou as águas do rio Jordão para que o mesmo o atravessasse em seco e entrasse na terra prometida.

Ou seja, sem a ajuda de Deus o homem jamais alcançará a terra da promessa. E os argumentos de Israel? Ele entendeu que além de sacrifícios nada mais poderá fazer o homem a Deus, os quais são práticas exteriores que sequer agradam a Deus, pois servem diretamente aos interesses de quem sacrifica. Mas, há muito o homem sabia que agrada a Deus quem tem um coração justo e misericordioso: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8).

Um coração fiel e humildade é o que agrada o Senhor, não sacrifícios de animais cevados, tampouco o sacrifício de um primogênito, pois a justiça divina reflete-se na retidão e misericórdia com o próximo como ensinou Jesus aos fariseus – “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício.” (Mateus 9:13 e Oséias 6:6).

Deus rejeitou o jejum de Judá como um dia aprazível dizendo que o sacrifício que o agradava era que abandonasse a impiedade, se livrasse das ataduras do pecado, libertasse os oprimidos, repartisse seu pão com os famintos, amparasse os pobres, vestisse o nu e não se escondesse dos necessitados, pois fazendo isso “então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; ” (Isaías 58:8-9).

Judá não deu ouvido para fazer o que agradava a Deus conforme foi alertada pelo profeta Isaías, e assim foi destruída juntamente com Jerusalém pelo exército de Nabucodonosor em 586 a. C. Porém, enquanto durou o cerco de Jerusalém, a falta de água e de comida fez os pais matarem e comerem seus próprios filhos, num sofrimento inimaginável no tempo que zombavam dos conselhos divinos, por isso que Jeremias, sitiado juntamente com o povo, perguntou-lhes: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” (Lamentações 3:39). A resposta nem precisava ser dita pelo profeta porque eles a tinham no seu coração, pois foram tantas e tantas as vezes que humilharam esse servo de Deus simplesmente porque lhes pregava a palavra da salvação na porta do templo.

Em suma, para agradar a Deus o homem precisa encher-se de justiça, não a dele próprio por meio de obras, mas da justiça redentora de Cristo na cruz por meio da fé, pois ele morreu em nosso lugar e se “fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Co 5:21, I Co 1:30).

*© Texto bíblico: ACF - SBTB