
O que o homem faz que agrada a Deus?
“Ele
te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti,
senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes
humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8)
–
Estando Deus num tribunal em disputa com a nação de Israel,
o Senhor pede-lhe que defenda sua causa tendo os montes e outeiros como testemunhas,
os quais atentamente ouvirão sua voz. Que cena maravilhosa! O Senhor vai direto
ao assunto e diz: “Ó povo
meu; que te tenho feito? E com que te enfadei? Testifica contra mim.” (Mq
6:3). Nada se pode dizer contra Deus. Pelo contrário, quem lhe contender como
fez Israel terá que ouvir que ele o libertou dos pecados do Egito, foi guiado
por desertos cheios de serpentes sob o cuidado de homens santos designados por
Deus, recebeu livramento contra encantamento, feitiçaria e todo poder do mal
(Números 23:23) e ainda o Senhor segurou as águas do rio Jordão para que o mesmo o atravessasse
em seco e entrasse na terra prometida.
Ou
seja, sem a ajuda de Deus o homem jamais alcançará a terra da promessa. E os
argumentos de Israel? Ele entendeu que além de sacrifícios nada mais poderá fazer
o homem a Deus, os quais são práticas exteriores que sequer agradam a Deus,
pois servem diretamente aos interesses de quem sacrifica. Mas, há muito o homem
sabia que agrada a Deus quem tem um coração justo e misericordioso: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que
é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a
benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8).
Um
coração fiel e humildade é o que agrada o Senhor, não sacrifícios de animais
cevados, tampouco o sacrifício de um primogênito, pois a justiça divina reflete-se
na retidão e misericórdia com o próximo como ensinou Jesus aos fariseus – “Ide, porém, e aprendei o que significa:
Misericórdia quero, e não sacrifício.” (Mateus 9:13 e Oséias 6:6).
Deus
rejeitou o jejum de Judá como um dia aprazível dizendo que o sacrifício que o
agradava era que abandonasse a impiedade, se livrasse das ataduras do pecado,
libertasse os oprimidos, repartisse seu pão com os famintos, amparasse os
pobres, vestisse o nu e não se escondesse dos necessitados, pois fazendo isso “então romperá a tua luz como a alva, e a tua
cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do
Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá;
gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender
do dedo, e o falar iniquamente; ” (Isaías 58:8-9).
Judá
não deu ouvido para fazer o que agradava a Deus conforme foi alertada pelo
profeta Isaías, e assim foi destruída juntamente com Jerusalém pelo exército de
Nabucodonosor em 586 a. C. Porém, enquanto durou o cerco de Jerusalém, a falta
de água e de comida fez os pais matarem e comerem seus próprios filhos, num
sofrimento inimaginável no tempo que zombavam dos conselhos divinos, por isso
que Jeremias, sitiado juntamente com o povo, perguntou-lhes: “De que se queixa, pois, o homem vivente?
Queixe-se cada um dos seus pecados.” (Lamentações 3:39). A resposta nem precisava
ser dita pelo profeta porque eles a tinham no seu coração, pois foram tantas e
tantas as vezes que humilharam esse servo de Deus simplesmente porque lhes
pregava a palavra da salvação na porta do templo.
Em
suma, para agradar a Deus o homem precisa encher-se de justiça, não a dele
próprio por meio de obras, mas da justiça redentora de Cristo na cruz por meio
da fé, pois ele morreu em nosso lugar e se “fez
pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Co 5:21,
I Co 1:30).
*© Texto bíblico: ACF - SBTB