
Monte Hor: Como Deus recolhe um sacerdote
“Arão será recolhido a seu povo,
porque não entrará na terra que tenho dado aos filhos de Israel,
porquanto rebeldes fostes à minha ordem, nas águas de Meribá. Toma a
Arão e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor.” (Números 20:24-25).
A palavra “hor”
no hebraico significa “montanha”. Quando
Moisés saiu de Cades ele já sabia que os edomitas não deixariam Israel passar
por seu território em direção ao lado oriental do Jordão (vs. 14-21). Muitos
ficaram sem entender essa atitude do profeta de insistir nesse caminho que saindo
de Cades era o mais curto para se chegar ao sul do Mar Morto. Sem dúvida, os
pensamentos do Senhor são maiores que nossos pensamentos e a persistência de
Moisés se explicou pelos fatos que ocorreram enquanto o povo esteve acampado no
monte Hor (“montanha”), situado nesse
caminho, pouco antes da fronteira com o território de Edom. Lá ocorreu a
despedida de Arão, o homem escolhido como cabeça da linhagem sacerdotal do povo
de Israel. No alto do monte, na presença de Moisés, Arão sem solenidade
despiu-se das vestes sacerdotais e vestiu seu filho Eleazar, que o sucedeu na
função de sumo sacerdote.
O recolhimento de Arão na altura da montanha simboliza a
proximidade que os sacerdotes têm com Deus, comprovada até na hora da morte,
pois enquanto os corpos das outras pessoas caem no chão ou areia do deserto,
servos fiéis e amados são recolhidos serena e dignamente na frente do povo ao
qual serviu ao Senhor. Não houve tragédia, atropelo nem interrupção do amparo
espiritual do rebanho que ele conduzia, porquanto Deus permitiu a Arão
transferir suas vestes ou funções ao filho antes de morrer. Além da despedida
de Arão, o monte serviu para ensinar aos sacerdotes que os poderes das trevas
estão sempre à espera de uma oportunidade para tirar o povo de Deus do caminho
da salvação, atacando e destruindo almas. O episódio deixou marcado que o diabo
ataca impiedosamente para tirar almas do meio do povo de Deus e impedi-las de
chegar à terra da promessa.
Foi o que fez Arade, rei dos cananeus, atacando Israel no
monte Hor e levando alguns israelitas como prisioneiros (Números 21:1-3). Porém, um
povo fiel não será jamais humilhado quando for atacado pelos inimigos e Deus
honra sua confiança entregando à destruição os que contra ele se levantam. Os
cananeus foram totalmente destruídos pelos israelitas, não apenas mortos, por
isso o lugar chamou-se Horma (“dedicado à destruição”).
O ataque inesperado dos cananeus sobre os israelitas, no
momento da sucessão de Arão, evidenciou a tática demoníaca de atacar as igrejas
exatamente numa transição na liderança espiritual, aproveitando de comoção
coletiva, inexperiência do sucessor, contendas ou facções religiosas
partidárias. Ele sempre tenta derrubar o cristão em sua caminhada por saber que
se o mesmo for aprovado por Deus ele jamais terá outra chance de derrotá-lo,
pelo contrário sofrerá derrotas humilhantes aos integrantes do exército do
Senhor.
Todavia, a congregação local nunca poderá se esquecer da
revolta de Coré e principalmente da vara de Arão que floresceu e deu amêndoas
confirmando sua escolha por vontade de Deus para exercer o sacerdócio no meio
do povo, alertando a todos nós que a escolha de qualquer ministro da palavra
pertence ao Senhor Jesus, por ser quem tem autoridade para revestir o servo
escolhido de capacitação espiritual. Fica evidente a designação divina de um
ministro no próprio agir do escolhido, não só no preenchimento dos requisitos
bíblicos (I Tm 3:1-7), Tito 1:7-9) como pelo mover do Espírito Santo em poder por
meio de ministrações sábias e edificantes, orações eficazes e cuidado do
rebanho.
Texto bíblico: ACF